segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eudes Xavier define justa decisão do STF de reconhecer a união homossexual estável


O deputado federal Eudes Xavier (PT) qualificou de “justa” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer, no último dia 5, a união homossexual estável. Destacvou que, além de histórica, deve também ser vista como “mais um importante avanço do Brasil no respeito à cidadania plena”.
Segundo Eudes Xavier, essa decisão tambem serve para fortalecer o debate em torno de outras questões de interesse da sociedade brasileira como a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por casais homossexuais.
“É um grande avanço para toda a sociedade brasileira, em especial para a comunidade LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transexuais], mas temos que ficar atentos para que seja  respeitada, cumprida”, lembra o parlamentar.

Fonte: blog do Eliomar

sábado, 7 de maio de 2011

Deputado Estadual Antonio Carlos faz pronunciamento favorável sobre decisão do STF em relação a união homoafetiva

Imagem retirada da internet



DIVERSIDADE


Antonio Carlos informou que, ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o debate sobre a união entre pessoas do mesmo sexo. Segundo o parlamentar, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, reconheceu a relação entre pessoas do mesmo sexo como "entidade familiar" e concedeu aos gays os mesmos direitos e deveres da união entre casais heterossexuais. “Sempre militei pelos direitos humanos e pela diversidade sexual. Fui eleito por muitos que optam por amar de uma forma diferente daquela que a sociedade acha convencional e continuarei lutando para que não sejam discriminados”, disse. De acordo com o petista, a discussão trata do direito de pessoas que merecem ser respeitadas e o ministro emitiu seu parecer, argumentando sem preconceitos ou desqualificações, e baseado na Constituição Federal e no direito sagrado à privacidade, “direito de não termos cidadãos de segunda e terceira classe”. Para o deputado, independentemente de religião, se o STF mantiver esse posicionamento, fará justiça com os gays. “Eles são cidadãos comuns e toda forma de amar vale a pena. Meu mandato continuará fazendo a defesa dos companheiros homossexuais”, afirmou. RT/JU

"Chorei muito", diz Marta após Supremo reconhecer união estável gay

 Grande Marta, aliada historica do movimento. Agradecemos muito o empenho da parlamentar na luta pela cidadania LGBT.




Antiga defensora dos direitos de homossexuais, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) se sentiu “aliviada” após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de reconhecer a união estável de pessoas do mesmo sexo. Em 1995, quando era deputada federal, ela apresentou uma proposta para beneficiar casais homossexuais com direitos cedidos aos heterossexuais. Passou a madrugada e a manhã desta sexta-feira (6) lendo e-mails emocionados.
“Dentro do tribunal eu já tinha ficado muito comovida, não só com os votos, bem embasados na nossa Constituição. Mas principalmente com a densidade humana das frases dos ministros. No fim fui ler os e-mails, de tantos apoiadores, tantos amigos. Chorei muito”, disse Marta ao UOL Notícias. “É muita gente em uma luta muito antiga, que teve ontem o seu dia mais importante na história brasileira.”
Em 1995, a ex-prefeita de São Paulo apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para promover a união civil de pessoas do mesmo sexo. A iniciativa caducou, e na quinta-feira ministros do Supremo criticaram o Congresso por não ter viabilizado leis para contemplar a situação dos casais homossexuais. “Acho que agora os deputados e senadores vão ter mais respaldo, vamos conseguir evoluir. A decisão do STF foi muito forte”, disse.
Psicóloga que apresentou um pioneiro programa sobre sexo nos anos 1980, Marta afirmou que o Congresso se divide em três categorias na discussão de direitos dos homossexuais. “Há quem seja abertamente a favor, quem seja abertamente contra e há um terceiro grupo, bem grande, de parlamentares que são a favor e não se pronunciam por medo de perder votos. O Supremo agora dá amparo a esses e eles vão desequilibrar a balança que havia até agora”, afirmou.

Questão de cidadania

Marta afirmou que na semana passada foi procurada por um casal de lésbicas que trabalham no Senado. Elas desejavam o período de oito dias concedido a servidores públicos quando se casam. “A Justiça negou e eu escrevi um projeto de decreto legislativo para que os funcionários homossexuais do Senado tenham o mesmo direito dos heterossexuais. Em breve elas não vão nem precisar pedir. É essa a grande vitória, a vitória da cidadania”, disse.
Marta afirmou que a concessão de benefícios mais polêmicos a casais homossexuais, como adoção e fertilização in vitro, “vai ter capítulos difíceis no futuro, com pesos diferentes”. “Mas o fato é que o Judiciário provou que evoluiu junto com a sociedade e junto com o Executivo, que no governo Lula reconheceu a possibilidade de casais homossexuais declararem Imposto de Renda conjuntamente. Quem ainda se apequena é o Congresso”, afirmou.
Já existe na Câmara dos Deputados um Projeto de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do primeiro deputado federal abertamente gay do Brasil, Jean Wyllys (PSOL-RJ), em favor do casamento civil de pessoas de mesmo sexo. “O clima para essa iniciativa prosperar é melhor do que eu tinha 16 anos atrás. Mas é importante aproveitar o momento, não dá para ficar atrasando a extensão de benefícios que já deveriam estar garantidos”, disse Marta.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/05/06/chorei-muito-diz-marta-apos-supremo-reconhecer-uniao-estavel-gay.jhtm

terça-feira, 19 de abril de 2011

Expressão do Machismo e a velha contradição nos discursos de defesa das mulheres


É impressionante como a defesa dos direitos das mulheres está presente na grande maioria dos discursos enfatizados pelos homens, nos últimos tempos. De certa forma, isso tem seu lado positivo, pois a nossa luta constante pela igualdade de direitos sai da linha de discussão no nosso campo feminista e se torna um debate persistente na sociedade, mesmo incomodando muita gente. O problema dessa apropriação é que na realidade o que percebemos, é que falar de mulher tornou-se moda. É um fator constrangedor, não citar as mulheres em sua especificidade. Mas a contradição está justamente em não perceber que as mulheres devem ser protagonistas desse debate e achar que uma citação, um discurso, uma ênfase nos torna comtempladas, é no minímo uma grande ignorância. Observa-se claramente o esforço e exagero de sermos lembradas nos espaços públicos mas a simples representação ainda contina. É como se pelo fato de termos sidos chamadas a compor uma mesa ou ouvir nossos nomes citados, basta-se. E os homens tentam empoderar-se do discurso e que muitas de nós sabemos que não ultrapassa os limites da teoria. Reconhecer que as mulheres são capazes de construir e contribuir em um novo modelo de sociedade igualitária entre homens e mulheres, ainda está muito longe de ser fortalecido pelos homens e não nos enganemos, nunca será! Pautas historicamente, recolhidas no mundo masculino, para nós é quase uma posição de afronta, quando tentado por nós, expo-los, no amplo debate coletivo. È como se fosse um absurdo levantar alguns questionamentos e sempre existe a associação de exagero e dramatização de nossa parte. Os abafamentos de posições e tomadas de decisões, regadas de puro machismo, são intoleravéis e não podemos tratar isso de forma naturalizada! Não podemos ter receio, medo ou cautela de enfrentar esse debate, principalmente, entre nós. Está mais do que na hora, de provocar essa discussão e cobrar que as falas sejam associadas a prática cotidiana. Não podemos ficar caladas e deixar que homens se utilizem de nossa luta, para interesses que beneficiam somente aos interesses pessoais ou de um coletivo masculino.
Acredito que possamos reverter esses posicionamentos, tendo clareza que não é uma tarefa fácil. È preciso coragem e muita disposição de mudar a lógica de uma sociedade culturalmente marcada pelo machismo. Mas não é impossível, para isso temos que nos fortalecer e estarmos dispostas e juntas na luta diariamente. Sem deixar nada passar, sem nada temer e nunca perder a esperança que podemos e somos capazes de mudar.
Contem comigo nessa empreitada! Sou socialista e feminista e nunca vou abrir mão!

Débora Mendonça
Miltante da Marcha Mundial das Mulheres
Militante da Democracia Socialista

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Deixem-nos livres para amar, viver. Nós queremos viver! "Travesti é assassinado a facadas no meio da rua na Paraíba"

Vídeo do crime


Lamentavelmente, ao acordar hoje pela manhã, chorei! Chorei de raiva, indignação, revolta, impotência, medo e dor... Minha alma está aos prantos! Não tenho como ver essas imagens e não ter vontade de vomitar. A que ponto chega à intolerância e os crimes de ódio contra a população de lesbicas, gays, bissexuais, transexuais e TRAVESTIS. Exatamente, pois foi justamente uma TRAVESTI, que foi morta impiedosamente com mais de 32 facadas. Humilhada, sem perspectiva, sem escola, sem casa e sem destino... E para ela, só a rua e seus perigos, mazelas e desprezos. Não, eu não posso mais suportar! Precisamos de leis efetivas, mudança de paradigmas. Coincidentemente vão arrumar desculpas para tão cruel crime. Um é menor e os outros vão se safar. Precisamos ficar atentos (AS), queremos direitos (nem mais, nem menos).
Deixem-nos livres para amar, viver. Nós queremos viver!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sejamos LGBT Juntos e juntas

Sejamos Gays. Juntos.

abril 12, 2011

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só :-)
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —
Posted by carol

domingo, 27 de março de 2011

Militância nas ruas: em defesa do projeto democrático e popular



Sigam, comentem e divulguem as mídias sociais em defesa da nossa gestão. O que a grande mídia não divulga, nós o faremos!
Esse é o momento! A direita da cidade e setores liberais tenta nos agredir com ataques criminosos e sexistas, mas somos fortes e de luta para ir alem. Temos uma trajetória de lutas para com o povo desta cidade.
Nas ruas, nas praças, nas escolas, associações e bairros, somos parte desse projeto que inverteu as prioridades de atendimento. Anteriormente só às elites e o empresários de Fortaleza eram beneficiados, hoje, com a participação popular, as comunidades são beneficiadas com políticas publicas direcionadas e segmentadas. Vamos fortalecer a nossa militância e vamos às ruas. Somos você, eu e todas as pessoas construindo a Fortaleza Bela.
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais... (Belchior)

Blogger:
http://respostapetista.blogspot.com/
Twitter: @respostapetista

sábado, 19 de março de 2011

Jogada - Presidente Vargas recebe novas catracas - Diário do Nordeste

Jogada - Presidente Vargas recebe novas catracas - Diário do Nordeste: "O Estádio Presidente Vargas receberá, ao longo da próxima semana, 32 novas catracas. De acordo com o secretário de Esporte e Lazer de Fortaleza, Evaldo Lima, os novos equipamentos 'são o que há de mais moderno no Brasil'. 'Eles servirão de peças fundamentais para a manutenção da segurança, já que com a implantação do cartão do torcedor, cada pessoa entrará no estádio devidamente identificada', explicou Evaldo.

Além das novas catracas, também chegaram ao estádio, os novos placares eletrônicos e o equipamento da sala de controle da praça esportiva. De acordo com o titular da secretaria do Esporte, até o jogo de inauguração do PV - que ainda não tem data definida - deverá ser instalado pelo menos um dos placares. 'Como ainda estamos preparando a estrutura para a instalação, nós iremos correr para que tudo fique pronto para o jogo inaugural', explicou Evaldo.

De acordo com ele, durante a última semana, novos funcionários foram contratados no intuito de entregar a obra no mês de abril. 'Houve um grande avanço na parte dos acabamentos', frisou o secretário.

– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"

Por defender união gay, Jean Wyllys recebe ameaça de morte

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Como reduzir o número de jovens vítimas de violência?

Imagem retirada da internet
A questão da violência vem sendo pautada pela mídia e por alguns setores sociais sempre associada à visão negativa da juventude. Porém é necessário contextualizar a problemática social que é a violência, que hoje vem sendo apontada não só no âmbito da Segurança como também no da Saúde Pública. É necessário, entre outras respostas, políticas de inclusão social e de desenvolvimento sustentável e social. A inclusão social, passa pelo empoderamento dos próprios jovens das políticas públicas, daí a importância de programas como ProJovem Urbano, CredJovem, PopFor e dos Cucas. Fortaleza foi pioneira em constituir um Conselho de Juventude representado na sua maioria pela sociedade civil. Nesse sentido, estamos buscando dar aos jovens a oportunidade de mais políticas públicas, experiências que estamos encarando positivamente aqui em nosso Município à frente da gestão da prefeita Luizianne Lins.
Ronny Câmara
Assessor da Coordenadoria de Juventude da Prefeitura Municipal de Fortaleza

Fonte: jornal O Povo
Link:http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2011/02/26/noticiaopiniaojornal,2107579/como-reduzir-o-numero-de-jovens-vitimas-de-violencia.shtml

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Lula critica ONU e Estados Unidos e diz que o mundo está "mal representado"


Eduardo Castro
Correspondente da EBC na África
Dacar (Senegal) - Depois de participar de um debate sobre fome e o papel geopolítico da África com o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, Lula disse aos jornalistas que cobrem o Fórum Social Mundial que o mundo carece de lideranças. E criticou as Nações Unidas (ONU). “A governança mundial está enfraquecida. O mundo está mal representado. Não tem ninguém pra resolver conflitos. A ONU poderia resolver, se fosse representativa”.
Sobre o papel do Brasil na crise do Egito, apesar da ressalva de que “não quer ficar dando palpite”, Lula acabou opinando e voltou a fazer críticas, dessa vez aos Estados Unidos. “Se criou uma mentalidade colonizada no Brasil de que o Oriente Médio é problema dos Estados Unidos, não sei quem é problema da Rússia. Não tem dono do problema. E a solução pode ter vários. Por que ficam os Estados Unidos tentando resolver a paz se, provavelmente, foram eles os causadores da discórdia? Só quem quer a paz no Oriente Médio são o povo de Israel e o povo palestino. Os criadores do problema estão felizes do jeito que está.”
Sobre a mudança de governo no Egito, Lula também alfinetou os países ricos. “Há muito tempo todo mundo sabia que era preciso voltar a democracia ao Egito. As pessoas se incomodam com Cuba, com o [presidente da Venezuela Hugo] Chaves e deixaram de notar que [o presidente do Egito Hosni] Mubarak estava lá há 32 anos. As pessoas não enxergam. As grandes potências, que dão sustentação a essas políticas, de repente, ficam surpresas quando acontece uma manifestação. Chega uma hora que povo diz 'eu existo'.”
Edição: Vinicius Doria

sábado, 29 de janeiro de 2011

Quando a chuva não é mais agonia

Rosa Marques e Alberto Fernandes: 28 anos depois, a frieza não incomoda mais (IGOR DE MELO)
A casa dos sonhos, às vezes, é apenas uma casa resistente. Com paredes de tijolo, saneamento básico, longe dos alagamentos, perto dos amigos. Onde se possa abrigar geladeira, fogão, mesa, cadeira e armário sem se despedir de tudo a cada inverno bravo. Não precisa reboco nem janela de vidro. As 198 famílias da antiga comunidade Maravilha, no Alto da Balança, há duas quadras chuvosas, alcançaram essa graça e desaprenderam a vigília aflita.

Viver no Conjunto Habitacional Nossa Senhora de Fátima I é um fazer as pazes. Há 33 anos casados, os aposentados Rosa Marques, 68, e Alberto Fernandes, 65, viveram 28 longos invernos debaixo d’água. “No verão, a gente dormia; no inverno, pastoreava as casas uns dos outros. Ninguém dormia”, relembra Rosa. E o friozinho? Não se tinha cabeça pra isso. E sorri, porque passou. “Hoje não dou fé da chuva. Acordo toda enrolada da frieza, mas durmo a noite toda”, conversa ela, com ares de triunfo.

“Comprei uma casa dentro do rio e coloquei Rosa pra viver lá. Você precisava ver a raiva dessa mulher quando a primeira chuva acabou com tudo”, intromete-se Alberto. A água batia no pescoço, o fogão, os móveis davam vencimento em menos de um ano. Às vezes, escapava a geladeira, porque desligavam da tomada e depois mandavam pro conserto. Mas isso hoje é história contada com risada alta.

A casa da Rosa é toda enfeitada de santos e flores. A da vizinha Francisca Onorato, 62, tem umas cortinas vermelhas entre sala e quartos. Nos cômodos pequenos, o apuro simples da dona de casa: quadros, rendas, miudezas e limpeza. “Esse é o meu palácio”, orgulha-se Francisca, depois de quase 50 anos dividindo um único cômodo com os dois filhos. Sem piso, sem forro, sem privacidade. Nos invernos, alagado e cheio de goteira.

Novas gerações
Os pingos da chuva hoje encantam a diarista Zenaide da Silva, 47. Foram 19 anos intrigada com a água. Corria a pendurar os bens no teto, deixar os filhos do abrigo improvisado da escola local e entrar no trabalho com a roupa encharcada e o pensamento preso no barraco. “Era assim com todo mundo. Fiz uma jura de só comprar minhas coisinhas quando tivesse onde botar”, emenda Rosa.

Em casa de tijolo exposto, Francisca vive com três gerações de familiares. Quando mima o neto João, quatro meses de brancura e bochecha, a mulher lembra a época dos filhos com a mesma idade. E suspira: “Era outra vida. Tinha deles que chorava assustado. Eu saía pra salvar as coisas, eles gritavam com medo de eu me afogar”.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA
Dormir abrigado da chuva sem medo de ter a casa arrasada pela água é desejo alcançado por 16 extintas áreas de risco em Fortaleza. Desde 2009, as famílias do Conjunto Nossa Senhora de Fátima fizeram as pazes com a chuva.
SAIBA MAIS

Até a metade do ano, correndo tudo conforme planejado pela Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), a área de risco da comunidade Maravilha estará erradicada.

Antes da intervenção da Prefeitura, a comunidade abrigava 606 famílias em barracos e apartamentos construídos pela Igreja Católica. Taipa ou cimento, alagava com a menor chuva. Os moradores viviam à beira do canal.

Em 2008, começou a entrega dos quatro Conjuntos Habitacionais: os Nossa Senhora de Fátima I, II e III e o Planalto Universo. Esse último, a duas quadras da beira do canal, foi o primeiro a ser entregue e beneficiou 144 famílias.

No Nossa Senhora de Fátima I, do outro lado da BR-116, 198 núcleos familiares foram abrigados. O Nossa Senhora de Fátima II é composto por 144 apartamentos. O Nossa Senhora III hoje comporta 60 casas, com 30 mais por entregar ainda este semestre.

Janaína Brás
janainabras@opovo.com.br

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O POVO Online | Pré-Carnaval de Fortaleza Notícia

Titulo Páginas

Quase 2 mil homens formam efetivo de esquema montado para Pré-Carnaval de Fortaleza

Um efetivo de pelo menos 1600 homens vai organizar o esquema montado pela Prefeitura de Fortaleza durante os desfiles de blocos do Pré-Carnaval de capital cearense. Segundo os números apresentados nesta segunda-feira, 24, pela Prefeitura, para garantir a segurança dos foliões, a Guarda Municipal de Fortaleza vai dispor de 971 guardas municipais nas ruas às sextas, sábados e domingos, até o último fim-de-semana que antecede o Carnaval oficial.

Além dos guardas municipais, o efetivo contará com 100 agentes da Etufor, 120 agentes de trânsito da AMC, 505 garis e uma equipe com 35 médicos de plantão no Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro da Capital.

A operação deverá acontecer das 13h às 23h (horário previsto para o término dos desfiles dos blocos), com os guardas municipais distribuídos prioritariamente em bairros com maior concentração de foliões, como Praia de Iracema, Benfica, Centro, Vila Pery, Vila Manoel Sátiro e Rodolfo Teófilo.

Ainda de acordo com a Prefeitura, a Operação Pré-Carnaval contará ainda com o apoio de componentes do Pelotão de Salvamento Aquático na Praia de Iracema (para prevenir e atuar em caso de afogamentos), do Pelotão Especial, da Ronda Preventiva Escolar, Pelotão de Guarda Comunitária e Unidade Operacional Patrimonial.

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O POVO Online | Pré-Carnaval de Fortaleza Notícia

domingo, 9 de janeiro de 2011

Casamento gay entra na pauta do STF

Casamento gay entra na pauta do STF

“O ministro Carlos Ayres Britto (STF) está trabalhando nas férias para concluir o seu voto sobre uma dessas questões que mexem bastante com a opinião pública: o reconhecimento jurídico da união homossexual. Ayres Britto, relator da ação movida pelo governador Sérgio Cabral, entrega em fevereiro suas considerações, de cerca de trinta páginas, ao presidente do Supremo, Cezar Peluso.

A partir daí, já se pode marcar a data da votação. Embora Ayres Britto não revele seu voto, há uma quase unanimidade entre seus pares: será favorável à união homossexual.”

(Veja Online)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

PT SÃO PAULO: “Caso” Battisti: Eis por que estamos com Lula

PT SÃO PAULO: “Caso” Battisti: Eis por que estamos com Lula: "“Caso” Battisti: Eis por que estamos com Lula.

Um grupo de intelectuais italianos radicados na França lançou na última terça-feira (4) documento apoiando a decisão do Brasil de não extraditar o ex-ativista Cesare Battisti e desmascarando os argumentos do governo ditreitista de Sílvio Berlusconi.
Por Uninomade.org
Quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Somos um certo número de italianos residentes no exterior, onde trabalhamos no ensino e na pesquisa, estupefatos com a postura da mídia e da “opinião pública” do nosso país diante do “caso” Cesare Battisti. A jornalista Anais Ginori, em La Reppublica de 2 de janeiro, parece por exemplo estigmatizar o “júbilo dos intelectuais franceses” (arbitrariamente identificados com Bernard-Henri Lévy e Fred Vargas) diante da recusa de extraditar Battisti, decidida pelo presidente brasileiro Lula da Silva.

Quanto à força de oposição ao atual governo Berlusconi, estamos particularmente surpresos ao constatar como alguns parlamentares do PD se recordam repentinamente de sua matriz ideológica, apelando inesperadamente ao presidente Lula enquanto “homem de esquerda”, com o único propósito de questionar seu gesto de precaução em relação aos direitos de um preso.

Contrariamente ao que se tem escrito e dito, nós acreditamos que a decisão de competência do presidente brasileiro não é resultado de um juízo superficial e apressado sobre nosso país, mas resultado de uma avaliação aprofundada e pertinente da situação política e judiciária italiana. O Brasil é o último de uma longa lista de países, após Grécia, Suíça, França, Grã Bretanha, Canadá, Argentina, Nicarágua, que se recusaram a colaborar com a justiça italiana. Será um acaso?

Na verdade, a fúria do governo italiano em pedir a extradição de Battisti se configura hoje mais como a vontade de exorcizar um inimigo vencido (quase uma obsessão de eliminar), do que como uma sóbria, autêntica exigência de justiça. Surpreendente, em particular, uma tal perseverança “justiceira” da parte de um executivo tragicamente incapaz de lançar luz sobre a carnificina dos anos sessenta e setenta, unanimimente considerada pelos historiadores como a “mãe” de todo o terrorismo.

Recordemos como em seu favor o “zero responsáveis” sobre o atentado da Praça Fontana em Milão e da Praça de Loggia em Brescia tem sido permanentemente consagrado, respectivamente pela Suprema Corte em 3 de maio de 2005 e, mais recentemente, pela Corte de Inquérito em 16 de novembro de 2010. Ou uma magistratura severa que garante a imparcialidade do Estado, como sugerido recentemente por Alberto Asor Rosa[1] em uma de suas freqüentes colunas no Manifesto!

Uma tal diferença de tratamento em investigar a responsabilidade, que não tem como não saltar aos olhos da opinião pública internacional, não é apenas o efeito de uma permanência endêmica, na Itália, de uma classe corrupta no governo ou mesmo para-fascista (de Alemanno, ex-membro de esquadra fascista, prefeito de Roma, ao insolente ex-MSI [2] La Russa, Ministro da Defesa). Não, essa tara originária é antes de tudo fruto da política de emergência que tem sido o leitmotiv da política italiana do pós-guerra e na qual a esquerda se deixa seduzir, até a morte rápida como uma fatalidade, quando não tranqüilamente acomodada, por uma consolidada incapacidade de propor uma alternativa global a uma ordem capitalista tardia.

Essa “emergência” prolongada foi a base da participação de setores inteiros do Estado nas atrocidades criminais que ensanguentaram o passado recente da história nacional, impedindo a emancipação social e debilitando antropologicamente, molecularmente, a cotidianidade. Fato altamente significativo, a classe política atualmente no comando na Itália é herdeira direta desses poderes um dia ocultos (“Piano solo”, “Gládio”, “P2” [3]), mas agora definitivamente desembaraçada e bem decidida a ocupar o terreno político e midiático, para defender seu próprio interesse vital ameaçado: aquele de uma vida reduzida a uma pura, absurda axiomática empresarial.

A “anomalia italiana” não é senão o resultado dessa sistemática subordinação dos órgãos garantidores do direito à “exceção” do comando político e ao seu diktat selvagem sobre a consciência. Basta pensar que um dos mais altos postos da República, abaixo apenas do presidente Giorgio Napolitano, é hoje confiado a um “magnata” da mídia cuja “acumulação primitiva”, no curso dos anos sessenta e setenta, tem sido caracterizada por aqueles que a definiram eufemisticamente como “ilegalmente comprovada”.

Portanto, acreditamos que o forte envolvimento do Estado italiano na guerra civil “guerreada” que teve lugar na Itália nos anos setenta, paralelamente ao conflito (não somente e nem sempre “frio”) encenado pelos dois blocos internacionais opostos e parcialmente especulares, torna impossível desatar o nó histórico emerso com o “caso” Battisti no quadro das instituições e das leis atualmente vigentes na Itália. Somente uma medida que reconheça a enorme responsabilidade do Estado na degeneração do embate político entre os anos sessenta e oitenta, e não a grotesca exibição de orgulho nacional a que estamos assistindo nesses dias, pode permitir à Itália sair do “déficit” de credibilidade internacional que danifica fatalmente sua imagem. Enquanto tal medida não se concretizar, justiça não poderá ser feita e o pedido de extradição de ex-terroristas aparecerá fatalmente como atalhos vexatórios, quando não como tentativas mentirosas de reescrever a história.


Saverio Ansaldi – Universidade de Montpellier III
Carlo Arcuri – Universidade de Amiens
Giorgio Passerone – Universidade de Lille III
Luca Salza– Universidade de Lille III.

Notas
[1] Alberto Asor Rosa é um intelectual conhecido na esquerda italiana desde os anos sessenta. No final dos anos setenta, como quadro do Partido Comunista Italiano, defendia posições teóricas que buscavam se contrapor ao protagonismo nas lutas sociais dos sujeitos políticos dos quais Cesare Battisti fazia parte. Vide sua teoria da “primeira” e “segunda sociedade”. (N. do T.)
[2] Partido formado no pós-guerra por aderentes do fascismo. Foi na prática o partido fascista italiano até sua dissolução na Aliança Nacional em 1995. (N. do T.).
[3] Gladio era o nome de uma operação clandestina da Otan no pós-guerra, com objetivos anti-comunistas. Entre suas ações estavam atentados como a chamada “bandeira trocada”. P2 era uma loja maçônica, envolvida com a Operação Gladio, com a máfia e em escândalos financeiros. O ‘Piano solo’ foi um plano no qual a Gladio esteve envolvida e que conseguiu tirar do governo italiano os ministros socialistas, em 1964. (N. do T.).

Fonte: Uninomade.org
Traduzido do italiano (O Vermelho)