terça-feira, 9 de março de 2010

Cem anos do 8 de março

Subversivas, mal amadas, desordeiras, inadequadas, fora do padrão: foi assim que a humanidade reagiu à insubordinação das mulheres ao longo da história quando ousamos questionar as estruturas de uma sociedade que nos invisibilizou e nos pôs na sombra durante séculos.

Quando reivindicamos nossa condição de sujeitos denunciando a opressão a que estávamos submetidas. Quando nos recusamos à imposição de uma tal essência feminina, de padrões de beleza e feminilidade que moldam nossos corpos, nossas mentes, ditam nossos desejos e necessidades.

Quando dissemos que a maternidade não é destino, mas deve ser uma escolha e um direito das mulheres. E quando reivindicamos o direito de decidir sobre nosso corpo e reprodução.

Quando descobrimos que o direito ao prazer não poderia ser exclusividade apenas dos homens, a viver nossa sexualidade livremente, sem amarras, sem padrão ou imposição, porque somos múltiplas, diversas, porque somos lésbicas, bissexuais, somos negras, índias, ciganas e judias, somos jovens, velhas, somos mulheres.

Ótimo texto dessa companheira tão aguerrida e lutadora.


Quando revelamos que a ``super mulher``, ``rainha do lar`` e sem trono, também se cansa da dupla jornada de trabalho e, portanto quer dividir com os homens o repetitivo, estafante e inacabável trabalho doméstico.

Quando denunciamos a violência sexista no espaço público e no privado, exigindo a punição dos agressores e assassinos. Quando não nos contentamos com os direitos só no papel, mas de exercê-los plena e livremente.

Quando trouxemos o feminismo, como um dos mais fundamentais instrumentos da luta pela transformação de uma sociedade tão desigual.Foi essa a marca impressa na história e o legado deixado por milhares de mulheres de todo o mundo. E é esse significado que tem para nós o dia 8 de março - Dia Internacional da Mulher, que expressa as conquistas e a histórica luta das mulheres por igualdade e liberdade.

Raquel Viana - Coord. de Políticas para as Mulheres da PMF

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