sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cartório altera programa por pais Gays


O casal de Homossexuais João Amâncio, o John, e Edson Paulo Torres recebeu ontem o documento para fazer o registro dos quatro filhos adotivos sobre quem eles têm a guarda provisória há dois anos.

Mas o novo registro das crianças só deverá sair hoje por um motivo curioso. “Não conseguimos fazer isso ontem porque o programa de computador do cartório é configurado para imprimir pai e mãe no registro civil das crianças. No nosso caso, tem que sair pai e pai”, explica John.
No documento também serão registrados os nomes dos avós paternos das crianças. “Eles [os funcionários do cartório] vão alterar o programa e então estará tudo certo”, afirma John.Ontem, o casal também foi até o cartório do bairro Campos Elíseos e retirou o vínculo que as crianças tinham com a família anterior.

“Em todos os documentos deles vai constar agora o nosso nome. O vínculo com a família do passado foi quebrado. Agora temos um futuro pela frente e as marcas do passado vão ser enterradas de vez”, disse o cabeleireiro.

Segundo ele, a nova família vai se sentir plenamente realizada quando tiver em mãos a documentação oficial da adoção.

“Com o registro deles vou comemorar de verdade e me sentir vitorioso. É uma conquista muito grande e uma quebra do tabu da família tradicional. Duas pessoas que se amam como nós têm muita capacidade para criar seus filhos”, comenta John.

O cabeleireiro conta que em nenhum momento sentiu algum tipo de preconceito da população contra o casal Gay que resolveu adotar quatro crianças.

“O preconceito vem das instituições. É a religião, a política, as leis, mas as pessoas nos tratam muito bem”, afirmou.

Ele disse que já foi parado várias vezes nas ruas por senhoras que fazem questão de abraçá-los e dar os parabéns pela atitude.

“Tem gente que chega e diz que ficou arrepiada com a nossa atitude e abraça a gente. Recebemos muitos elogios”.O casal já criou dois filhos biológicos de Torres e agora sonha com o futuro de mais quatro crianças.

“Temos muito carinho e educação para dar a eles. Nossa orientação sexual não influencia em nada.”Com os cabeleireiros, as crianças realizaram vários sonhos que não tiveram com os pais biológicos, viciados em drogas: participaram da primeira festa de Natal e souberam o que é comemorar um aniversário. As crianças também frequentam a escola e têm boas notas.

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