terça-feira, 19 de abril de 2011

Expressão do Machismo e a velha contradição nos discursos de defesa das mulheres


É impressionante como a defesa dos direitos das mulheres está presente na grande maioria dos discursos enfatizados pelos homens, nos últimos tempos. De certa forma, isso tem seu lado positivo, pois a nossa luta constante pela igualdade de direitos sai da linha de discussão no nosso campo feminista e se torna um debate persistente na sociedade, mesmo incomodando muita gente. O problema dessa apropriação é que na realidade o que percebemos, é que falar de mulher tornou-se moda. É um fator constrangedor, não citar as mulheres em sua especificidade. Mas a contradição está justamente em não perceber que as mulheres devem ser protagonistas desse debate e achar que uma citação, um discurso, uma ênfase nos torna comtempladas, é no minímo uma grande ignorância. Observa-se claramente o esforço e exagero de sermos lembradas nos espaços públicos mas a simples representação ainda contina. É como se pelo fato de termos sidos chamadas a compor uma mesa ou ouvir nossos nomes citados, basta-se. E os homens tentam empoderar-se do discurso e que muitas de nós sabemos que não ultrapassa os limites da teoria. Reconhecer que as mulheres são capazes de construir e contribuir em um novo modelo de sociedade igualitária entre homens e mulheres, ainda está muito longe de ser fortalecido pelos homens e não nos enganemos, nunca será! Pautas historicamente, recolhidas no mundo masculino, para nós é quase uma posição de afronta, quando tentado por nós, expo-los, no amplo debate coletivo. È como se fosse um absurdo levantar alguns questionamentos e sempre existe a associação de exagero e dramatização de nossa parte. Os abafamentos de posições e tomadas de decisões, regadas de puro machismo, são intoleravéis e não podemos tratar isso de forma naturalizada! Não podemos ter receio, medo ou cautela de enfrentar esse debate, principalmente, entre nós. Está mais do que na hora, de provocar essa discussão e cobrar que as falas sejam associadas a prática cotidiana. Não podemos ficar caladas e deixar que homens se utilizem de nossa luta, para interesses que beneficiam somente aos interesses pessoais ou de um coletivo masculino.
Acredito que possamos reverter esses posicionamentos, tendo clareza que não é uma tarefa fácil. È preciso coragem e muita disposição de mudar a lógica de uma sociedade culturalmente marcada pelo machismo. Mas não é impossível, para isso temos que nos fortalecer e estarmos dispostas e juntas na luta diariamente. Sem deixar nada passar, sem nada temer e nunca perder a esperança que podemos e somos capazes de mudar.
Contem comigo nessa empreitada! Sou socialista e feminista e nunca vou abrir mão!

Débora Mendonça
Miltante da Marcha Mundial das Mulheres
Militante da Democracia Socialista

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Deixem-nos livres para amar, viver. Nós queremos viver! "Travesti é assassinado a facadas no meio da rua na Paraíba"

Vídeo do crime


Lamentavelmente, ao acordar hoje pela manhã, chorei! Chorei de raiva, indignação, revolta, impotência, medo e dor... Minha alma está aos prantos! Não tenho como ver essas imagens e não ter vontade de vomitar. A que ponto chega à intolerância e os crimes de ódio contra a população de lesbicas, gays, bissexuais, transexuais e TRAVESTIS. Exatamente, pois foi justamente uma TRAVESTI, que foi morta impiedosamente com mais de 32 facadas. Humilhada, sem perspectiva, sem escola, sem casa e sem destino... E para ela, só a rua e seus perigos, mazelas e desprezos. Não, eu não posso mais suportar! Precisamos de leis efetivas, mudança de paradigmas. Coincidentemente vão arrumar desculpas para tão cruel crime. Um é menor e os outros vão se safar. Precisamos ficar atentos (AS), queremos direitos (nem mais, nem menos).
Deixem-nos livres para amar, viver. Nós queremos viver!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sejamos LGBT Juntos e juntas

Sejamos Gays. Juntos.

abril 12, 2011

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só :-)
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.
— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —
Posted by carol